terça-feira, 23 de outubro de 2007

Magic Teórico: Será o Magic um jogo de sorte?

Olá a todos,

Continuando na minha linha de artigos sobre a estratégia deste jogo, vou-vos falar hoje de como melhorar como jogador de magic e como a sorte é um factor que impede que esta melhoria.

Toda a gente já perdeu jogos porque não viu um terreno em 10 turnos ou porque comprou 30 cartas com a Yawgmoth's Bargain e não lhe saiu o Skirge Familiar (saudades destes tempos...). Mas será que isto faz do magic um jogo de sorte? A minha opinião é que não. De facto, alguns jogos serão sempre perdidos ou ganhos pela sorte, mas a grande maioria é claramente decidida pela qualidade do baralho e pela habilidade dos jogadores a jogá-lo.

Este é um factor chave para o desenvolvimento de um bom jogador de magic:

ACEITAR QUE VOU PERDER ALGUNS JOGOS PARA A SORTE

E não permitir que este factor vos desconcentre a meio de um torneio. Não se deixem perturbar pelo facto de terem feito mulligan a 4 e terem apenas um terreno na mão contra as belas 7 cartas do adversário. É certo que estes jogos são difíceis, mas se estiverem concentrados, vão ver que acabam por conseguir arrancar vitórias quase miraculosas a partir de derrotas quase certas.

Mas bem pior do que perder estes jogos é utilizar a SORTE COMO DESCULPA para baralhos mal construidos e erros cometidos durante os jogos. Esta é a pior coisa que um jogador pode fazer, pois trunca qualquer prespectiva de evolução. Se atribuirmos todas as vitórias e derrotas à sorte, estamos a transformar o magic num jogo de bingo, em que as vitórias são atribuidas aleatoriamente, algo que claramente não acontece.

A melhor forma de evoluir como jogadores é analisarmos, no final do torneio, cada jogo, sobretudo os que perdemos, e tentar definir o que foi que nos causou a derrota. E com isto não quero obviamente dizer que determinemos se morremos para um Isamaru ou um Morphling, é perceber como é que a situação de jogo evoluiu em favor do adversário, qual foi o ponto de viragem. Se fizerem isto verão rapidamente que neste ponto de viragem irão encontrar vários erros (que são todas as jogadas que não a ideal, ainda que sejam aceitáveis), que estiveram na origem da vossa derrota.

Passando a um exemplo meu, eu ainda agora no pré-release de Lorwyn, disse a toda a gente (incluindo aquí) que a minha pool era fraca. Depois, fui para casa e voltei a olhar atentamente para a pool e percebi que a minha curva de mana não era a mais correcta e que tinha desperdiçado uma enorme sinergia de gigantes (com um Thundercloud Shaman) para tentar aproveitar uma sinergia fraca de elfos. Isto aconteceu devido à minha geral relutância em tentar decks com três cores, apesar de ter dois Twigs e um Springleaf Drum. Construí esse deck e pedi ao meu colega de equipa que fez melhor resultado que refizesse o deck dele. Resultado: Não perdi um único jogo e o baralho dele era fabuloso.

Perceber porque perdemos é a chave para ganharmos mais vezes. Esta é a moral da história.

Até para a semana,

Daniel

4 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma vez um bom artigo. Na minha opinião o magic é um jogo de sorte, nós apenas fazemos com que essa sorte ocorra mais vezes, seja por jogarmos bem ou por aumentar a probabilidade de comprarmos a solução certa.

Anônimo disse...

Muitas vezes não basta ter um bom deck ou jogar bem, quando o oponente esta com sorte ele está mesmo com sorte. é como ver-mos um joga de bola em que o milan faz 20 remates à baliza e o esferico não entra e a outra equipa num remate marca um golo.

Anônimo disse...

o magic além de ser um pouco injusto pk nem toda a gente tem as cartas mais jogadas, é um jogo para mim mais de estratégia do que sorte. estou de acordo com o daniel.

Daniel Pinto disse...

É como digo no artigo, vamos sempre perder alguns jogos para a sorte. Mas num torneio de 7 rondas fazes entre 14 e 21 jogos, e não perdes mais do que 3-4 jogos para a sorte (mana screw e afins), portanto acaba por não ser significativo.