quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Erros mais comuns a metagamizar

É um facto que muitos torneios de constructed estão perdidos mesmo antes da ronda inicial. Se fores a um torneio deste tipo, com um mau deck, o playtest, e/ou jogar muito bem, não vai ajudar muito. Vou dizer quais os erros mais comuns a metagamizar.
1. Não Conhecer o metagame:
Obviamente conhecer o metagame, é o 1º passo para se conseguir construir um deck de sucesso. Se não se conhecer os decks, que mais são jogados e como eles funcionam, então tudo o resto vai ser menos eficaz.
Claro que mesmo que se conheça o metagame (sendo que, qualquer jogador competitivo que se preze, deve conhecer), precisa de se actualizar regularmente, pois em cada novo torneio importante (GP, PT, Nacionais, etc.) surgem novos decks, novas techs e novas versões.
Se possuíres um conhecimento deficiente do metagane, o teu deck pode ser bastante fraco contra os decks mais jogados, o teu sideboard pode estar feito contra coisas que não estão a jogar, a tua tech pode ser ineficaz, o teu hate vai ser obsoleto, e vais reduzir a possibilidade de um bom resultado.
2. Construir o deck em demasia à volta do metagame:
Quando se procura ter um deck que tem bons matchups contra os melhores decks, por vezes esquecemos que também tem de ser forte contra decks aleatórios (decks pouco significativos no ambiente). Não é bom ir para um torneio com uma percentagem de 55% de vitórias contra decks mais populares e perder contra um randon scrub na primeira ronda.
Em torneios de inicio de época, em que o metagame não esta definido, existem alguns truques para ter sucesso, como por exemplo, tentar ter um deck mais proactivo do que reactivo. Nestas alturas da temporada Aggro é melhor que controlo, pois os deck de controlo demoram mais tempo a lapidar. “Não existe uma má ameaça, existe sim uma má resposta.”. As cartas mais eficientes de controlo são apenas boas contra certas ameaças, sendo que para se ver quais as ameaças mais jogadas é necessário algum tempo, não se quer ter um Repeal quando o oponente esta a atacar com 2 Treetop Village.
3. Contruir um deck vulneravel a hate: Quase todos os decks, tem um certo número de respostas contra as ameaças mais comuns, por exemplo, todos os decks de Controlo têm cartas para lidar com criaturas que são jogadas nos primeiros turnos, como por exemplo Wrath of God, Engineered Explosives ou Pyroclasm; logo se estivermos a jogar com White Weenie, vão-nos limpar os bichos todos e consequentemente iremos ter mais dificuldade em vencer. Assim o jogador de White Weenie terá de ter uma forma de lidar com esta situação como por exemplo Promise of Bunrei ou ter bichos mais difíceis de matar como Knight of the Holy Nimbus, contudo estas modificações levam a que o deck não cumpra tão eficazmente o seu plano de jogo (neste caso matar rapidamente), e sendo assim será mais eficaz construir outro deck.
Pode-se levar por tabela de hate destinado a outros deck, por exemplo em extended onde vários jogadores levam Dwarven Blastminer, contra WU Tron ou Gifts Tron, (que são decks populares) quem jogar de Tooth and Nail (deck pouco popular), vai ter dificuldades em ter as três peças de tron em jogo, pois toda a gente vai ter um Dwarven para os seus terrenos, que não eram destinados a Tooth and Nail.
4. Overkill contra as boas matchups: Lembrem-se sempre que o sideboard deve ser usado para melhorar as más matchups, e permitir ganhar mais facilmente contra matchups equelibradas. Não se deve usar o sideboard (salvo raras circunstâncias), para fazer as boas matchups ainda melhores. Por exemplo um jogador de Red Deck Wins em extended que leve a main board Pillage e Molten Rain, não deve ter no sideboard cartas contra UW Tron ou Tooth and Nail. Dois bons motivos para isso são:
• Se num jogo fores o favorito (por exemplo 80% de taxa de vitórias), então um grande número dos jogos perdidos contra esse deck, iram ser devido a problemas de mana. Introduzir mais cartas do sideboard não vai resolver problemas de mana screw ou flood.
• Para ir a um T8 num torneio, normalmente só se pode ter um derrota. Logo queres ter uma hipótese em todos os jogos. Desperdiçar espaços no sideboard contra decks que são fáceis de vencer é um desperdício.
5. Jogar com “respostas” que não o são: É fácil colocar certas “respostas” contra determinados decks no main board ou a sideboard, sem pensar muito nisso, sem pensar se serão mesmo respostas boas. Por exemplo uma Worship não é uma solução permanente contra Rakdos.
Claro que Worship é uma boa carta contra Rakdos, só que não ganha o jogo por si, neste caso não te impede de perder. Rackdos tem muito burn para as nossas criaturas e mesmo as com protecção contra vermelho morrem para um Hit/Run.
Existem cartas que ganham o jogo por si. Um Chill contra o antigo Sligh é brutal quando jogado ao turno 2 ou 3. Um Sacred Ground sozinho faz ganhar um jogo contra Ponza. A maior parte dos decks que se tornam em tier 1 fazem-no, pois não existe uma carta que os faça “desligar”.
6. Colocar cartas no sideboard, que nunca entram nos jogos pós-sideboard: Por vezes tem-se cartas no sideboard que parecem mesmo boas. Elas são demasiado situacionais para o main board, por isso vão para sidedeboard. O único problema é que elas nunca entram pós-sideboard. Tens de ver quais são estas cartas e retira-las do sideboard, pois elas estão a usar espaço útil.
Para cada carta no sideboard, tenta assegurar que ela entra pelo menos contra um deck do metagame (de preferencia mais do que um). Geralmente é melhor construir o sideboard adicionando cartas para um determinado matchup, em vez de meter cartas para um prepositivo mais geral que pareça ser relevante. Por exemplo Krosan Grip é uma boa carta que resolve muitos problemas pós-sideboard, contudo, Gruul deixou de jogar com elas, pois não havia decks significativos que levassem encantamentos e/ou artefactos perigosos, dai eles terem saído do sideboard.
7. Confiar no sideboard para ganhar matchups importantes: Se estiveres a confiar no sideboard para ganhar a um determinado deck, sendo que esse deck é um dos principais do metagame, então estas em problemas. Só é aceitável desperdiçar o primeiro jogo contra decks que não se esta à espera de enfrentar. Ter 35% de vitórias contra determinado deck pré-board não é mau de todo mas 10% é terrível.
Algumas pessoas dizem frases do género:
"mas após sideboard, aquele matchup fica fortemente a meu favor."
Este é um argumento persuasivo, mas vamos ver melhor. Se perderes o jogo 1, então mesmo que pós-sideboard o índice de vitórias seja de 70%, as probabilidades de ganhar o encontro são menos de 50%. Muitos jogadores continuam a apostar no facto de que 60% a 70% dos jogos são pós-sideboard. O jogo 1 é importante, se o perderes tens uma recuperação difícil pela frente; ao oponente basta ganhar um jogo, enquanto que tu tens de ganhar dois. Basta num dos jogos no 2º ou 3º teres de fazer vários mulligans, ou ficar flooded ou o oponente ter a mão do demo, para perderes o encontro. Isto acontece por que abdicas do jogo 1 mesmo antes do torneio começar.
Espero ter dado alguma ajuda aos leitores deste blog, fiquem bem.

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