Olá a todos,
Depois de alguns meses sem escrever para o site da nossa equipa (pelos mais diversos motivos...) voltei com a intensão de escrever um artigo a cada 2 semanas sobre as teorias nas quais assenta o magic.
E hoje pretendo falar àcerca da crescente agressividade e arrogância que assola uma boa parte da nossa comunidade de jogadores de torneio.

Acabamos agora a temporada de qualificação para Hollywood e eu fui a alguns destes torneios. Nestes torneios, como joguei de TEPS (grande baralho de combo que me permitiu resultados sólidos), tive a oportunidade de ver bastantes jogos, algo tipico de decks que se não matam até ao turno 4 morrem no turno a seguir... Durante estes jogos e, à medida que o tempo na ronda avançava, eu observava uma degradação na relação entre os 2 jogadores, que levava a pequenas discussões sobre regras e tudo e mais alguma coisa, que acabavam geralmente sem benefício para nenhum os jogadores (geralmente em empates, porque as discussões demoravam mais do que o jogo em sí).
Sobre este assunto acho importante esclarecer a diferença entre Trash Talking e o que eu assisti.

Voltando ao tema, se não existir um grande desnivel entre a qualidade que é reconhecida ao dois jogadores, este Trash Talk negativo torna-se ineficiente, porque apenas serve para desconcentrar ambos os jogadores e tornar o jogo lento. Há também que ter em atenção que os mind games são uma faca de dois gumes. Um Trash Talk mal executado, pode levar a que o vosso oponente jogue o seu melhor jogo contra vocês numa prespectiva de se afirmar como o melhor jogador da mesa, servindo mais como motivação do que como um factor perturbador. Outro aspecto negativo de perder um jogo em que tentaram usar o vosso estatuto de bons jogadores para vos dar uma vantagem e falharam, é a frustração e desmotivação de terem perdido com um jogador que pensavam inferior.
Eu evito sempre jogar este tipo de mind games, numa prespectiva negativa. Prefiro mostrar-me ao meu adversário como uma pessoa simpática e bem disposta. Isto permite que os meus adversários não me considerem uma ameaça e joguem relaxadamente contra mim, enquanto eu os procuro ler e perceber a melhor forma de os surpreender e ganhar o jogo. Esta forma permite-me mais facilmente fazer bluffs, porque o meu adversário tende a confiar mais em mim. Também encoraja o meu adversário a fazer jogadas inferiores, pois não se sente ameaçado pela minha presença e logo arrisca mais. Tudo isto beneficia o meu jogo sem ter todos os aspectos negativos que referi acima para o trash talking negativo. Um mestre neste tipo de jogo mental é Kenji Tsumura, que é conhecido por avisar os oponentes que têm de pagar os pactos!!! Os comentadores da Sideboard dizem que ele tem uma aura de comando que leva os oponentes a jogarem da forma que ele quer.
Resumindo, a agressividade que tenho visto, na minha opinião não leva a nada e não é sinónimo de competitividade, pelo que aconselho os jogadores a utilizarem-na com algum cuidado, pois pode ter mais efeito neles que nos adversários.
No proximo artigo procurarei começar a abordar as diversas teorias sobre card advantage. Até lá, divirtam-se e joguem muito!!!
Daniel Pinto